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sexta-feira, 30 de julho de 2021

Reinauguração do Museu da Língua Portuguesa

Neste sábado, dia 31 de julho, o Museu da Língua Portuguesa será reinaugurado, deixando no passado um incêndio que, em 2015, destruiu dois andares do prédio, no centro de São Paulo. As portas estarão abertas para receber seus visitantes. Para esse momento, a cantora Negra Li fará um show inédito para o seleto público presente.

O show faz parte do projeto #CulturaEmCasa pertencente a plataforma de stream da Secretaria de Cultura, que seguirá todas as normas sanitárias da Organização Mundial da Saúde (OMS), com duração de aproximadamente 60 minutos incluindo em seu repertório seu mais recente lançamento "Comando".

Dona de hits como "Você vai estar na minha" e "Brasilândia", a cantora comemora esse ‘quase’ retorno aos palcos já que por conta da pandemia os artistas da música não puderam fazer shows com público presente. 

O show, que inicia as 14 hras, ficará disponível no site https://culturaemcasa.com.br, onde também poderá ser acompanhado ao vivo. Os convidados presentes estarão sentados em mesas com todo cuidado e distanciamento social que o atual momento exige, visando a segurança de todos.

Novo Museu da Língua Portuguesa

O ovo Museu da Língua Portuguesa é uma instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. A sua reconstrução foi estabelecida como prioridade e as obras começaram em 2017 e foram divididas em três fases: restauro do interior e das fachadas; reconstrução da cobertura destruída no incêndio; e intervenções de ampliação e melhoria. A partir de 2019, foi realizada a implantação do conteúdo e das experiências, assim como a iluminação externa e a contratação da equipe.

Para devolver este patrimônio cultural à população no menor tempo possível, o Governo de São Paulo, em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, recebeu o suporte de dezenas de parceiros e apoiadores. O investimento total foi de mais de R$85 milhões, incluindo a indenização do seguro e o patrocínio de diversas empresas, além do aporte do Governo do Estado e do apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, do ID Brasil e do Governo Federal, por meio da Lei Rouanet.

Todas as etapas da obra foram aprovadas e acompanhadas de perto pelos três órgãos do patrimônio histórico: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão de âmbito estadual; e Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).

Ambientes imersivos e tecnológicos

Instalado na histórica Estação da Luz, no coração da cidade que tem o maior número de falantes de português no mundo, o espaço celebra a língua como elemento fundador da cultura brasileira. O museu é devolvido ao público transformado, mantendo o perfil inovador e com ambientes ainda mais imersivos e tecnológicos.

Nesta nova fase serão apresentadas experiências inéditas, como as novas instalações "Línguas do Mundo", "Falares" e "Nós da Língua Portuguesa". No térreo, a edificação foi aberta à estação, com o objetivo de estreitar a comunicação entre o espaço cultural e o público. Nos andares superiores, os visitantes encontrarão mais salas. No terceiro piso, foi construído um terraço aos pés da Torre do Relógio, que proporciona uma das mais bonitas vistas da cidade. Este mezanino será dedicado ao arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que morreu em maio deste ano. Por fim, a concepção de um Centro de Referência da Língua Portuguesa, com a proposta de funcionar como um fórum de estudos e pesquisas e um território de aproximação entre os países lusófonos.

Infraestrutura supera exigência dos bombeiros

A reconstrução incorpora melhorias de infraestrutura e segurança, especialmente contra incêndios, que superam as exigências do Corpo de Bombeiros. Entre as novas medidas está a instalação de sprinklers (chuveiros automáticos) para reforçar o sistema de segurança contra incêndio. No caso do museu, os sprinklers não são uma exigência legal, mas foram uma recomendação dos bombeiros para trazer mais segurança ao projeto. O espaço foi concebido também com recursos de acessibilidade física e de conteúdo. O museu reabre com Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), que garante a segurança para todos os usuários da Estação.

Selo Leed e madeira recuperada

A instituição terá certificação ambiental. As diretrizes de sustentabilidade pautaram toda a obra e o Museu obteve o selo Leed (Leadership in Energy and Environmental Design) — um dos mais importantes do mundo na área de construções sustentáveis — na categoria Silver. Entre as medidas estão a adoção de técnicas para economia de energia na operação do museu, a gestão de resíduos durante as obras e a utilização de madeira que atende às exigências de sustentabilidade (certificada e de demolição).

Conteúdo revisto e ampliado

Em sua exposição de longa duração, o museu terá experiências inéditas e outras anteriormente existentes que marcaram o público em seus 10 anos de funcionamento (2006-2015). Entre as novas instalações estão "Línguas do Mundo", destacando 23 das mais de 7 mil línguas faladas hoje no mundo; "Falares", apresentando os diferentes sotaques e expressões do idioma no Brasil; e "Nós da Língua Portuguesa", um caminho pela presença do idioma no mundo, com os laços, embaraços e a diversidade cultural da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

As principais experiências seguem no acervo, como a instalação "Palavras Cruzadas", que mostra línguas que influenciaram o português no Brasil; e a "Praça da Língua", espécie de ‘planetário do idioma’, que homenageia a língua portuguesa escrita, falada e cantada em espetáculo imersivo de som e luz.

Com curadoria de Isa Grinspum Ferraz e Hugo Barreto, o conteúdo foi desenvolvido com a colaboração de escritores, linguistas, pesquisadores, artistas, cineastas, roteiristas e artistas gráficos, entre outros profissionais de países de língua portuguesa, incluindo nomes como o músico José Miguel Wisnik, os escritores José Eduardo Agualusa, Mia Couto, Marcelino Freire e Antônio Risério, a slammer Roberta Estrela D’Alva e o documentarista Carlos Nader. Entre os participantes de experiências presentes na expografia estão artistas como Arnaldo Antunes, Augusto de Campos, Laerte Coutinho, Guto Lacaz, Mana Bernardes e outros, em instalações audiovisuais e interativas assinadas por produtoras como SuperUber, FeelScience, 32Bits e MobContent.

Já a exposição temporária de reabertura do museu, "Língua Solta", traz a língua portuguesa em seus amplos e diversos desdobramentos na arte e no cotidiano. Com curadoria de Fabiana Moraes e Moacir dos Anjos, a mostra conecta a arte à política, à vida em sociedade, às práticas do cotidiano e às formas de protesto e religião, em objetos sempre ancorados no uso da língua portuguesa.

Terraço Paulo Mendes da Rocha

A Estação da Luz tem uma importância simbólica única. Foi uma das portas de entrada para milhares de imigrantes que chegaram ao Brasil. Era lá que, depois de desembarcarem dos navios em Santos, eles tinham o primeiro contato com a língua portuguesa.

Com a completa recuperação arquitetônica e readequação de seus espaços internos, a instituição museológica manteve os conceitos estruturantes do projeto de intervenção original - assinado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha e seu filho Pedro, em 2006 - e ganhou aperfeiçoamentos.

No térreo, o museu abre-se à estação, reforçando sua comunicação com a cidade. Nos andares superiores, espaços foram otimizados, novos materiais introduzidos e mais salas instaladas. No terceiro piso, foi concebido um terraço com vista para o Jardim da Luz e para a torre do relógio. Este espaço homenageará o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que morreu neste ano. A nova versão foi concebida por Pedro Mendes da Rocha e desenvolvida nas etapas de projetos pré-executivo e executivo pela Metrópole Arquitetura, sob a coordenação de Ana Paula Pontes e Anna Helena Villela.

Cerca de 4 milhões de visitantes em 10 anos

Em quase 10 anos de funcionamento - de março de 2006 a dezembro de 2015 -, o Museu recebeu cerca de 4 milhões de visitantes e promoveu mais de 30 exposições temporárias. Entre os homenageados com exposições estiveram escritores como Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Machado de Assis e Fernando Pessoa, além do cantor e compositor Cazuza. A poesia contemporânea e a arte moderna também foram temas de mostras.

Durante a reconstrução, o Museu continuou em contato com o público por meio de atividades culturais e educativas, como as realizadas no Dia Internacional da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, desde 2017, e a mostra itinerante "A Língua Portuguesa em Nós", apresentada em 2018 em Cabo Verde, Moçambique e Angola, na África; em Portugal e no Brasil. Em 2020 e 2021, o Dia Internacional da Língua Portuguesa foi realizado de forma virtual, com série de eventos online que reuniram artistas de vários países de língua portuguesa.

https://www.museudalinguaportuguesa.org.br

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