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terça-feira, 9 de maio de 2023

Festival de dança "O Corpo Negro" começa no Sesc Nova Friburgo com mostra audiovisual, oficinas e espetáculos

Jefferson Bilisco

O festival de dança O Corpo Negro, realizado pelo Sesc RJ, começa, nesta sexta-feira (12/05), em Nova Friburgo. Na programação gratuita, há uma mostra de filmes, oficinas e espetáculos de dança, que vão acontecer na unidade do Sesc e na Praça Demerval Barbosa Moreira, no Centro. Os ingressos devem ser retirados antecipadamente nos locais com lotação limitada.

Nesta sexta-feira (12/05), a mostra inicia no teatro do Sesc com o filme Damas do Samba, às 14h. A obra retrata a presença feminina na criação, manutenção e perpetuação do carnaval carioca. São musas, compositoras, passistas, madrinhas, carnavalescas, mulatas, intérpretes e até mesmo operárias que formam um painel de cores, sentimentos e sons na representação dessa cultura. Haverá outra sessão do filme na sexta (12/05), às 19h.

O espetáculo “Motiró”, da Cia Favela, abre as performances de dança no sábado (13/05), às 20h, no teatro do Sesc. O grupo traz ao palco uma desconstrução de movimentações. Na apresentação, os bailarinos, com suas linguagens corporais reunidas, propõem uma nova movimentação, enaltecendo a importância da coletividade. A palavra "Motiró" significa justamente, em tupi-guarani, a união de pessoas para a colheita ou construção de algo.

No dia seguinte (14/05), das 9h às 12h, os coreógrafos Douglas Barreto e Wagner Faria, da Cia Favela, vão oferecer uma oficina de dança aberta ao público em geral. Será uma introdução às bases das danças Hip Hop. Já nos dias nos dias 17,18 e 19 de maio, das 18h às 21h, Mestre Manoel Dionísio, um dos principais nomes do samba carioca, vai realizar oficinas de mestre-sala e porta-bandeira.

As apresentações de dança continuam na semana seguinte na Praça Demerval Barbosa Moreira, no Centro. No dia 24 de maio, a partir das 15h, a praça vai receber três performances cuja temática será o samba: o espetáculo “Sambando”, com as Minas do Samba; a apresentação “No batuque do ziriguidum”, com Ginga Brasil, e “O corpo que habita o terno”, com o bailarino Jefferson Bilisco.

O festival termina no município com a mostra audiovisual. No dia 26 de maio, será exibido o documentário Congar, às 14h, que registrou a viagem do Reinado de Nossa Senhora do Jatobá, de Belo Horizonte para o Rio, para apresentação no festival, no ano passado. A obra mostra diferentes gerações da irmandade, que levam consigo os seus ritos e celebram juntos a fé, a memória e o tempo. E às 19h vai acontecer a exibição dos curtas Ilhas de Calor, Elegbará e Só Sei Sentir.

Artistas negros selecionados por edital público

O festival de dança O Corpo Negro começou no dia 29 de abril, no Rio, com apresentação gratuita de espetáculos criados e executados por artistas negros e negras. Realizado pelo Sesc RJ, o evento chega a sua terceira edição com mais de 90 apresentações, shows, mostra audiovisual, oficinas e debates, ao longo de um mês, selecionados por meio de um edital público.

“É a primeira vez que realizamos um edital orientado para artistas negros da dança. Mais do que uma ação afirmativa, que contribui para um ambiente justo e socialmente igualitário, o festival busca celebrar a contribuição desses artistas, em todo o país, para a dança. Durante um mês inteiro vamos parar unidades do Sesc no estado e mobilizar cidades para discutir dança e a urgência do combate ao racismo estrutural no setor cultural”, explica André Gracindo, analista técnico de Artes Cênicas do Sesc RJ.

A seleção dos artistas por meio de um edital afirmativo e inédito de dança para todo o Brasil tem o objetivo fortalecer o segmento, gerar empregabilidade e proporcionar um espaço de visibilidade para os seus trabalhos. Foram destinados R$ 690 mil às produções, selecionadas no ano passado. De acordo com Gracindo, o projeto quer ser o ponto de partida para mais protagonismo negro na cultura brasileira.

“Temos artistas de uma geração com grande relevância para a cena como Elísio Pitta, Mestre Manoel Dionísio, Carmen Luz, bem como jovens e outros profissionais de todo o país que produzem arte para os nossos tempos, com trabalhos completamente sintonizados com as questões dos nossos dias. Que essas experiências produzam novas consciências sobre os processos históricos e as nossas responsabilidades pessoais e coletivas com a transformação da sociedade contra o racismo nas suas manifestações cotidianas”, diz Gracindo.

O projeto colabora com as discussões sobre como o racismo estrutural passa pela e com a necessária implementação de ações coletivas de outros setores da sociedade. “Desde a reelaboração dos livros de história que não podem mais representar como heróis os algozes de todas as etnias escravizadas; até as ações no campo simbólico, como a representação positiva da imagem da pessoa negra na cultura e na sociedade de forma geral”, acrescenta o analista técnico de Artes Cênicas do Sesc RJ.

Além de Nova Friburgo e do Rio, a programação do festival O Corpo Negro se estende até 28 de maio nas cidades Nova Iguaçu, Niterói, Petrópolis e Volta Redonda. Confira a programação completa em www.ocorponegro.com.br

Serviço

Festival de dança O Corpo Negro
12/05 a 26/05
Sesc Nova Friburgo (Av. Presidente Costa e Silva, 231, Centro) e Praça Demerval Barbosa Moreira, Centro.
Entrada franca, com retirada de ingressos nos locais com lotação limitada.

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